Lugar de mulher é na política
Evento em parceria com o Consulado Americano discutiu a importância, os obstáculos e o impulsionamento de uma maior participação feminina na política brasileira e no mundo
Quando se discute sobre a participação feminina nos campos político e jurídico, são dois os maiores questionamentos: qual o percentual de mulheres que se candidatam e efetivamente assumem seus postos? E o que podemos fazer para que esse número cresça cada vez mais, invés de retroceder? Foi em busca de algumas destas respostas que o Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE), em parceria com o Consulado Americano, realizou, nesta terça-feira (19), a palestra “O fortalecimento da participação das mulheres na política e no poder em cenários nacionais e internacionais”.
O encontro contou com a participação da convidada internacional Cathy Allen, da advogada Érika Ferraz e da consulesa dos Estados Unidos em Recife Catherine Griffith. O objetivo principal era promover o debate acerca da importância, das dificuldades e do avanço na participação de mulheres na política.
Após a apresentação da palestrante, a consulesa Catherine Griffith abriu a mesa ressaltando o compromisso da Embaixada, principalmente através de seus programas culturais, em priorizar a participação de mulheres, minorias raciais e étnicas, plateias carentes e pessoas com necessidades especiais. Além disso, o Consulado Americano em Recife fornece apoio a diversos projetos e instituições que lidam diretamente com os direitos das mulheres, como o Programa Defensoras e Defensores dos Direitos à Cidadania e o Instituto Maria da Penha (IMP).
Em seguida, a presidente do The Connections Group Cathy Allen falou sobre o novo ciclo de representatividade que vivem os Estados Unidos, onde houve um aumento expressivo da participação feminina em todas as esferas do poder. Segundo Cathy, que é também fundadora do Centre for Women and Democracy e comentarista política do canal CNN, as eleições de 2018 também foram significativas pois, pela primeira vez na história norte-americana, mais pessoas do sexo feminino votaram nelas do que as do sexo masculino.
Para dar ênfase ao contexto brasileiro, a advogada Érika Ferraz, que foi desembargadora eleitoral de 2015 a 2019, comentou sobre a sua própria experiência enquanto mulher que concorreu a um cargo público e fez representação na corte do TRE-PE. Para Érika, além de mecanismos legais como as cotas de candidaturas femininas, “as mulheres precisam se dispor a querer participar e vencer as disputas”. Nesse sentido, é necessário conscientizar as mulheres para que elas não se resignem ao machismo e se submetam, por exemplo, às candidaturas fictícias que tem como único intuito preencher a cota de gênero.