TRE recebe o Facebook e o WhatsApp para workshop sobre medidas tomadas contra as notícias falsas nas redes sociais
Em iniciativa inédita, os servidores do Tribunal também receberam cartilhas sobre como proceder para combater as chamadas fake news
As notícias falsas, também conhecidas como fake news, são, neste momento, o maior desafio para o processo eleitoral das maiores democracias do mundo. No Brasil não poderia ser diferente e, preocupados com o tamanho do problema, representantes do Facebook e do WhatsApp estão se reunindo com autoridades e servidores dos maiores Tribunais da Justiça eleitoral do País. No mundo, o Facebook tem mais de 2 bilhões de usuários ativos. Já o WhatsApp, cujo maior acionista é o próprio Facebook, conta com 1,5 bilhão de pessoas conectadas. Mark Zuckerberg, CEO do grupo que controla as duas plataformas, já externou em mais de uma oportunidade que as eleições de outubro, no Brasil, são uma prioridade, uma espécie de divisor de águas para suas empresas, que foram muito criticadas em processos eleitorais recentes. Seu objetivo é se tornar parceiro da Justiça Eleitoral brasileira.
Durante toda a tarde de segunda-feira (25), foi realizado um workshop com representantes das duas gigantes da tecnologia para esclarecer autoridades e servidores da Justiça Eleitoral pernambucana. Tudo para manter a integridade e o equilíbrio das eleições e evitar que mentiras propagadas no mundo digital afetem o resultado das eleições.
É mais uma passo do TRE-PE no sentido de se planejar para a batalha contra fake news. Há quinze dias, o Tribunal se reuniu com a Agência Lupa para um curso sobre checagem de fatos.
O encontro com o Facebook contou com a presença de servidores do TRE-PE, do presidente do Tribunal, desembargador Luiz Carlos de Barros Figueirêdo, e dos desembargadores Júlio Alcino Neto, Gabriel de Oliveira Cavalcanti Filho, Itamar Pereira da Silva Júnior e Stênio Neiva. Este último é o coordenador da Central de Denúncias, grupo formado por servidores do TRE-PE, Polícia Federal, Ministério Público Eleitoral e Secretaria de Defesa Social e que tem objetivo de apreciar e dar agilidade às ações contra fake news durante a campanha eleitoral. O procurador regional eleitoral substituto, Wellington Cabral Saraiva, também participou do workshop, que contou ainda com uma videoconferência, direto da Califórnia, com a responsável pelo relacionamento com autoridades do WhattsApp.
Para Rebeca Garcia, representante do Facebook, foi uma honra se fazer presente no TRE de Pernambuco. "O Facebook se sente corresponsável no apoio às maiores democracias do mundo. Por ser uma plataforma de relacionamento, a rede social acabou se tornando parte atípica nas ações judiciais relativas a diversas demandas judiciais durante o período eleitoral. Por isso a rede social quer estar próxima e dialogar com os maiores tribunais eleitorais do País", disse.
Desde as eleições de 2012, o Facebook cumpriu mais de 5 mil ordens de retirada de conteúdo e apenas 13 recursos foram impetrados no Tribunal Superior Eleitoral (todos em razão de impossibilidades técnicas para o atendimento às ordens determinadas pela Justiça).
Para o presidente do TRE, desembargador Luiz Carlos de Barros Figueirêdo, o Facebook é um parceiro e sempre atendeu com brevidade todas as demandas oriundas da Justiça Eleitoral. O desembargador esclarece que, em razão disso, se sente confiante e acredita que não há o que temer com relação ao atendimento das decisões judicias relativas à retirada de conteúdo impróprio na plataforma.