Obesidade e Covid-19
Pessoas obesas (com índice de massa corporal – IMC – maior que 30 Kg/m²) têm risco cerca de 3 vezes maior de apresentar complicações da COVID-19.
Os mecanismos dessa maior suscetibilidade não são inteiramente conhecidos, mas parecem incluir o “estado inflamatório” já existente nos portadores de obesidade – os níveis já comumente elevados de substâncias causadoras de inflamação no sangue de obesos facilitariam o surgimento da “tempestade inflamatória” que caracteriza os casos graves de COVID-19. Além disso, o padrão respiratório dos obesos já é alterado por questões mecânicas; isso faz com que sua reserva respiratória seja diminuída, dificultando o lidar com uma doença que agride difusamente os pulmões, afetando a oxigenação.
Adicionalmente, pacientes obesos que estão gravemente doentes são mais difíceis de locomover para realização de exames de imagem, mais trabalhosos de manter sob ventilação artificial (e de colocar em decúbito ventral – posição prona – quando necessário), de terem acesso venoso obtido para administração de medicamentos, de serem higienizados e reabilitados.
Por essas razões, a obesidade deve ser considerada como um importante fator de risco para complicações da COVID-19. A atenção sobre os pacientes obesos com sintomas da doença deve, assim, ser redobrada.
Dr. Alfredo Leite