O que esperar dos efeitos colaterais das vacinas contra a Covid-19?
Muitos dos sintomas são comuns a outros tipos de vacina e não devem desencorajar a busca pela imunização.
Atualmente diversas vacinas já estão sendo produzidas e administradas tanto no Brasil quanto mundo afora. Nisso, é comum que surjam dúvidas sobre a eficácia de imunizantes produzidos em tão pouco tempo e em tão larga escala, mas é preciso ter em mente que todos passaram por um processo criterioso e supervisionado com a melhor tecnologia e segurança possível por várias entidades especialistas em saúde.
Outra preocupação comum são as reações do corpo após receber as doses. Pacientes têm relatado efeitos que vão desde vermelhidão e inchaço no local de aplicação até dores de cabeça e pelo corpo, náusea, fadiga e calafrios.
Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), entre as reações comuns da vacina de Oxford/AstraZeneca estão sensibilidade, dor, sensação de calor, coceira ou hematomas, cansaço, calafrios, dor de cabeça, enjoo, dores musculares e nas articulações, diarreia, e sintomas semelhantes aos de um resfriado, como dor de garganta, coriza e tosse. Já as reações da CoronaVac, fabricada pelo Instituto Butantan, são dor no local da aplicação, cansaço, febre, dor no corpo, diarreia, náusea e dor de cabeça. A vacina da Pfizer, também em aplicação no Brasil, apresentou efeitos adversos semelhantes.
No entanto, a presença desses sintomas, que tendem a ocorrer somente nos primeiros dias pós-vacinação, não deve ser motivo de alarde ou servir como justificativa para não tomar a segunda dose dos imunizantes. Isso significa apenas que a vacina está agindo conforme esperado no organismo do paciente, produzindo a resposta imune com manifestações adversas, porém comuns ao processo do corpo em se adaptar defensivamente contra a doença.
O médico pneumologista do Hospital Oswaldo Cruz e do TRE-PE, Dr. Alfredo Leite, observa também, cada vez mais, a ocorrência da seguinte situação: “a pessoa tomou a vacina hoje e daqui a dois dias ela está febril, com dor no corpo e isso dura três, quatro ou cinco dias. As pessoas tendem a atribuir isso erroneamente a vacina, quando na verdade são pessoas que adquiriram a própria infecção pelo coronavírus pouco depois de terem se vacinado, ou seja, uma coincidência. Então todos precisam estar alerta para isso”.
Pessoas diferentes irão apresentar por parte de seus organismos respostas igualmente diferentes, que, casso se manifestem em sintomas, tendem a desaparecer nos primeiros dois dias ou na mesma semana pós-aplicação sem maiores consequências ou necessidade de tratamentos específicos. Existe ainda a possibilidade de indivíduos sequer apresentarem efeitos colaterais, o que por sua vez não significa que o imunizante não está fazendo efeito no organismo ou produzindo uma resposta imune mais fraca.
Aparecendo os sintomas, a recomendação médica é o uso de analgésicos, repouso em casa e observar a evolução das reações.
Quando o assunto é vacinação, seja contra a covid-19 ou outras doenças, Dr. Alfredo esclarece que “reações graves são muito raras. Elas acontecem uma vez entre milhares ou milhões de usuários das vacinas, e são incomparavelmente menores em incidência quando você confronta com a gravidade das doenças que são prevenidas pelas vacinas”. Citando o caso da trombose do seio cavernoso observada em pacientes mulheres que tomaram a vacina da Oxford/AstraZeneca, Dr. Alfredo comenta “a incidência disso é muito pequena. Por outro lado, se todas as mulheres com menos de 45 anos deixassem de se vacinar, com medo dessa reação, você teria um número grande de mortes por Covid por causa da ausência de vacinação. Ou seja, essa balança pesa totalmente a favor de se vacinarem todas as pessoas”.