Carlos tem 20 anos e, até a última sexta-feira (29), não tinha título de eleitor. Com a chegada da vida adulta, no entanto, ele percebeu que o título é mais do que um documento: é a porta de entrada para a democracia. Foi quando, na manhã do dia 29, Carlos e outras 49 pessoas tiveram a oportunidade de se tornarem eleitores, em uma ação social realizada através da parceria entre o Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) e o Instituto João Carlos Paes Mendonça de Compromisso Social (IJCPM). 

A ação aconteceu na sede do IJCPM, que fica na Av. República do Líbano, 251 - Pina, e disponibilizou 50 vagas, distribuídas entre os jovens do Instituto, seus familiares, moradores das comunidades carentes localizadas nos bairros do Pina e de Brasília Teimosa e pessoas encaminhadas pelo serviço social do Shopping RioMar.

A iniciativa faz parte do projeto “De mala e cuia - a Justiça Eleitoral mais próxima do povo”, desenvolvido pelo Tribunal, que tem como objetivo aprimorar o atendimento eleitoral em áreas remotas e a públicos vulneráveis com a utilização de kits biométricos volantes e a realização de atendimentos descentralizados. Além do alistamento eleitoral, a iniciativa também oferece os serviços de transferência e revisão dos títulos.

O Shopping RioMar, através do IJCPM, que há anos promove ações sociais e cursos gratuitos para comunidades carentes no entorno do shopping, vem identificando obstáculos quanto à documentação civil dos adolescentes. 

“No início do ano de 2024, com as eleições, a gente ficou muito preocupado em saber qual jovem que estava aqui matriculado com a gente tinha título, se não tinha título, e como esse jovem estava pensando sobre o momento eleitoral que a gente estava vivendo. A gente fez um levantamento [e observou que] 117 jovens, dos que estavam matriculados, não tinham título. Aí a gente buscou a parceria do TRE”, conta Alexsandra Silva, coordenadora do IJCPM Recife.

“Essa ação social de hoje é para atender 50 jovens, 50 adolescentes, para dar a eles a cidadania, dar a eles o título, fazer o alistamento deles, para eles conseguirem um emprego, ou entrar numa faculdade, num curso… todas essas instituições pedem um título eleitoral. Então, a nossa ação social é para dar a cidadania para eles, para que eles possam seguir a vida deles com tudo legalizado, com qualquer documento que possa ajudá-los na vida deles”, explica Veruska Schettini, secretária da Corregedoria do TRE.

“A gente vê uma juventude consciente, uma juventude que está buscando fazer parte do processo democrático do país e isso, para a gente, é muito importante, porque, além de investir na escolaridade, além de investir na qualificação profissional, a gente também investe na questão cidadã”, conclui Alexsandra.

Os atendimentos aconteceram durante o período da manhã. Os kits volantes foram operados por servidores da Justiça Eleitoral previamente treinados.